terça-feira, 22 de setembro de 2009

UM APÓLOGO
Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.

— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho
obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plicplic- plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu- se. A costureira, que a ajudou a vestirse, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

 




(In:http://www.eja.org.br/cadernosdeeja/empregoetrabalho/et_txt11.php?acao3_cod0=7fc8158873f3e2e6e4fcfbdccdc9d99e
Extraído do livro Várias histórias 1896, Volume 9, Contos – Editora Ática, São Paulo, 1984)



A falta de energia elétrica sofrida desde 
os bairros de Vila Rosário até Lote XV 
prejudicou as nossas atividades de 21 de setembro - segunda feira.

sábado, 19 de setembro de 2009

VOCE JÁ RESPONDEU A NOSSA ENQUETE?

OLHE LÁ NO INÍCIO E CLIQUE NA RESPOSTA QUE MAIS SE AJUSTA A SUA REALIDADE.
GRATOS!

Em 19 de setembro houve mais um momento de reposição de aulas devido aos riscos do H1N1.
O Sr Geraldo aproveitou para aprender a escrever seu nome na tela do computador do laboratório de informática, outros abriram um e-mail e manusearam um mouse pela primeira vez.
CIEP 118 - Construindo sua Identidade Digital.




Encerrou-se as 23 horas da sexta-feira 18 de setembro a plenária da I CONFEINTER - Conferencia Intermunicipal de Educação que contou com representantes dos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Magé e Guapimirim.
Parabens à Comissão Organizadora e todos os Delegados!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

http://www.educacao.rj.gov.br/index5.aspx?tipo=secao&idsecao=222


ENCCEJA 2009- ENSINO FUNDAMENTAL

O período de inscrições ao Exame Nacional de Certificação de Competência de Jovens e Adultos será de 8 a 30 de setembro, exclusivamente pela Internet. Os interessados poderão se inscrever pelo site http://www.encceja.inep.gov.br/inscricao, a partir das 8h do dia 8 até às 23h59 do dia 30 de setembro( horário de Brasília)

A participação no ENCCEJA é gratuita e voluntária.

A idade mínima exigida é de 15 anos, completos até o dia da prova, que esse ano será no dia 29 de novembro.

As provas contemplam as áreas básicas do conhecimento, sendo elas:

    * Prova I - Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna (Inglês), Artes, Educação Física e Redação;
    * Prova II – Matemática;
    * Prova III – História e Geografia;
    * Prova IV – Ciências Naturais.

Serão 30 itens de múltipla escolha para cada uma das áreas, além de uma proposta de temas para a redação.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Participar é dever de todos.

I CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE DUQUE DE CAXIAS – 2009
 ABERTURA DA CONFEDUC

Data: 10/09/2009
Horários: 17 às 21 horas
Local: Quadra da UNIGRANRIO
DISCUSSÃO DOS EIXOS TEMÁTICOS
Data: 11/09/2009
Local: Sala do bloco J da UNIGRANRIO
PLENÁRIA
Data: 12/09/2009
Local: Quadra da UNIGRANRIO



quarta-feira, 9 de setembro de 2009


O CAMELÔ
Tatiane Batista Macedo
Acorda, João,
Já passa das cinco.
O relógio não pára, a vida não pára.
É hora de ir para a vinte e cinco,
Vender as mercadorias
Que, com os únicos centavos e tantos esforços, acabou de comprar.
No corre-corre, no grita-grita:
— Três por um real!
João nem se dá conta
Que, às suas costas,
O policial durante a ronda
Leva as mercadorias.
João, e agora?
E agora, João?
Como comprará o leite da Gabriela,
O pão do Pedro,
A saia da Maria?
E agora, João?
Como pagará o aluguel ao seu Manuel?
João, e agora?
Os policiais ainda amarram os sacos.
João volta.
Não pode.
João pega.
Não dá!
João é impedido.
Não pode! Não pega! Não dá!
Corre, corre agora?
E o leite e o aluguel e a saia e o pão?
Não posso, não dá.
No corre-corre, no grita-grita,
O único som: uma lágrima caindo...

Publicado em www.dedic.com.br


http://www.eja.org.br/cadernosdeeja/empregoetrabalho/et_txt23.php?acao3_cod0=1a67a7b8ac45962bb6cf269bf142884c

terça-feira, 8 de setembro de 2009


Neste dia(04/09/09) a atividade era enviar um comentário sobre as dificuldades que cada um encontra com o uso do computador e da internet. Os depoimentos  foram os mais variados e, por isto, resolvemos colocar a enquete abaixo, por favor respondam dentro da medida do possível.
Gratos, Amigos

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Texto de Millôr Fernandes o qual indiquei em sala de aula - Boa leitura


A baposa e o rode
Por um asino do destar, uma rapiu caosa, certo dia, num pundo profoço, do quir não consegual saiu. Um rode, passi por alando, algois tum depempo e vosa a rapendo foi mordade pela curiosidido. "Comosa rapadre" -- perguntou -- "que ê que vocé esti faza aendo?".
"Voção entê são nabe?" respondosa a mapreira rateu. "Vem aí a mais terrêca sível de tôda a histeste do nordória. Salti aquei no foço dêste pundo e guardarar a ei que brotágua sim pra mó. Mas, se vocér quisê, como e mau compedre, per me fazia companhode". Sem pensezes duas var, o bem saltode tambou no pundo do foço. A rapaente imediatamosa trepostas nas coulhes, apoifre num dos xides do bou-se e salfoço tora do fou, gritando: "Adrade, compeus".
MORAL: Jamie confais em quá estade em dificuldém.
FOPOS DE ESÁBULA (Uma tentativa B.N. (Bossa Nova) de escrever as fábulas de Esopo na linguagem do tempo em que os animais falavam).
Millôr Fernandes
Extraído de "Fábulas Fabulosas", José Álvaro Editor - Rio de Janeiro,1964, págs. 133.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Primeira fase do projeto - criar endereço eletronico para os alunos.

 
Esta foi a primeira etapa do projeto 118 identidade digital, a confecção do endereço eletrônico pra acessar este blog.
Grata pela ajuda e paciência de todos os alunos das turmas 901, 902 e 903.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

VERBOS NO INFINITIVO

TENHO FALADO BASTANTE SOBRE OS VERBOS NO INFINITIVO E SEU USO NA ESTRUTURA SINTÁTICA.
GOSTARÍA QUE O PESSOAL DAS TURMAS 901, 902 E 903 DESSE UMA BOA OLHADA NO LINK ABAIXO.
SDS
www.gramaticaonline.com.br/gramaticaonline.asp?menu=1&cod=111

sua dificuldade na internet é...

Um dos projetos da Mostra 2010

Um dos projetos da Mostra 2010
Projeto de Língua Porutguesa Professora Luciana Lima